Não se pode aspirar em viver num local aprazível, se as pessoas que constituem o meio não respeitam os bens de terceiros e se não têm um sentido de urbanidade definido!
Querer que os orgão autárquicos sejam a panaceia que resolve todos os males do Concelho e da Freguesia é como querer que seja a escola a única responsável pela educação dos nossos filhos!
As pessoas não se podem demitir das suas responsabilidades como cidadãos e munícipes!
Se tomarmos como referência a limpeza dos espaços urbanos, a melhor forma de os manter limpos e aprazíveis é não sujando, não degradando e zelando por eles. Que poderão fazer os orgãos autárquicos, se tudo o que é construído ou melhorado, é rapidamente vandalizado e conspurcado?
Por outro lado não compreendo porque é que as câmaras se aventuram em projectos megalómanos, muitos de construção acessível, mas de manutenção elevadíssima, como temos no nosso Concelho, os exemplos do Parque Ribeirinho da Baixa da Banheira e do Parque das Salinas em Alhos Vedros. Não sou contra estes investimentos e equipamentos, antes pelo contrário, mas quando estes são projectados deveriam ter em conta esforços de manutenção mínima de forma a não serem consumidores de recursos, sempre escassos, ou a não caírem na degradação, levando a incomportáveis custos de recuperação ciclícos!
Também tenho um conceito diferente de gestão local, e mesmo nacional, em que as obras e medidas re-estruturantes, mesmo que invisiveis aos eleitores, deverão ser prioritárias, em oposição às 'obras de regime'. Ao nível da limpeza e cuidado dos espaços públicos muito pode e deve ser feito, e em minha opinião, sem que sejam necessários mobilizar muitos mais meios, basta apenas que eles sejam re-organizados e bem geridos.
Também não compreendo a rivalidade entre autarquias vizinhas, e muitas vezes da mesma cor política, que poderiam aproveitar sinergias de equipamentos desportivos, culturais e mesmo ao nível de máquinas e outros equipamentos, aumentando a oferta em quantidade e qualidade e beneficiando de economias de escala.
Os equipamentos culturais são um exemplo gritante do que atrás referi. Alvo de investimentos maciços e de custos de manutenção elevados ficam limitados a uma função local, quando deveriam ser equipamentos de acção regional capazes de atrair publicos mais vastos e de funcionarem mais dias por ano e com programação de maior qualidade. Muitos deles têm sucesso enquanto são novos e 'estão na moda'. O grande desafio é a sua existência e sucesso no médio prazo...
28.5.05
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7 comentários:
Belo texto.
Agora digam lá se os blogs não são do melhorzinho que nos tem acontecido cá por AV ?
TEM TODO O MEU APOIO E DESDE JA QUERIA-LHE DIZER QUE ESTA DE PARABENS E TEXTOS DESTS DEVERIAM SER APRESENTADOS A TODS OS ALHOS VEDRENSES CONVIDO O SR A POR UMAS COPIAS ESPALHADAS POR AI EM CAFES EU VOU TENTAR FAZER ISSO NA MINHA AREA FICA UMA IDEIA POIS ACHEI BASTANTE BEM CONSTRUIDO E COM INTERESSE A TODOS NOS.
MUITO BEM CONTERRANEO.
Caro Alhos Vedrense, estive aqui a pensar numa boa solução para o parque Zeca Afonso na Bx da Banheira...diga-me lá o que é que acha de uma parte do parque ser aproveitado para se fazerem hortas urbanas de agricultura biológica e assim aliar o lúdico ao produtivo e para tb os jovens terem contacto com a terra e as suas culturas.
Boa Tarde AV2!
Acho que existe uma quintinha pedagógica na Moita, que ainda não tivo oportunidade de visitar.
Suponho que quando se refere a hortas urbanas, tem em mente um espaço 'dinamizado' por diferentes pessoas, mediante determinadas regras, e onde se pode praticar agricultura biológica?
Parece-me uma idéia interessante e não sei se pioneira a nível nacional, apresentando como vantagens a produção de produtos hortículas biológicos com a faceta didática de ensinar e mostrar aos mais novos (que só conhecem os produtos das prateleiras dos supermercados) o que é necessário para produzir os alimentos.
No próximo Sábado, dia 4, vai realizar-se na Praça da República em Alhos Vedros uma mostra de produtos biológicos, com muita pena minha não vou estar presente por já ter assumido outros compromissos, mas parece-me uma iniciativa de louvar, que poderia ter como consequência a criação das hortas biológico/pedagógicas e quiçá dinamizar um mercado/feira mensal de produtos biológicos (em Alhos Vedros!), como já existe me Sintra.
O aproveitamento do parque como hortas biológicas poderia ser mais uma forma de dinamização do mesmo.
Em minha opinião quanto maior for a dinamização de um espaço, menos riscos este corre de ser degradado ou vandalizado e dispensa a aberração, que eu já vi no Parque da Cidade no Barreiro, que é a presença de Seguranças para zelarem pela conservação do Parque...
Se o Parque tiver infra-estruturas de lazer e algumas áreas de apoio, como cafés e esplanadas ou centros de convivo e de ocupação de tempos livres, são uma forma económica de dinamizar e zelar pela sua conservação...
...AV2 a sua, boa idéia, 'tem pano para mangas'...
Um abraço,
Alhosvedrense
Ao que sei há o "Mãos à Horta" à três anos promovido pela CMM, mas se calhar é pouco concorrido (ou deveria ser mais). Quanto à quintinha pedagógica na Moita só conheço a do sr. José Mariano nas Arroteias e essa é privada, embora seja usada durante a formação do dito curso.
A informação supra foi recolhida no Maré Cheia de Junho de 2005 que já me chegou a casa.
Até mais.
Parece-me uma idéia interessante e não sei se pioneira a nível nacional
Não é. Experiência em Lisboa :)
Mais pelo menos 72 links aqui, já para não falar do Professor Arq. Ribeiro Teles que anda a falar do tema há mais de vinte anos. A propósito, um livro a lêr.
Até mais
Obrigado amigo Silva!
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